Eduardo Sued (n. 1925) é um pilar da pintura brasileira contemporânea, cuja obra monumental é um testemunho de uma pesquisa ininterrupta sobre a cor, a forma e o espaço. Ex-engenheiro, Sued emprega um rigor quase científico na composição de suas telas, mas as preenche com uma vibração cromática de rara sensibilidade. Ele pertence à linhagem construtiva, mas se distingue por uma poética própria: a cor em Sued não preenche formas; ela as cria e as articula, resultando em composições dinâmicas onde as relações entre planos e linhas diagonais geram movimento e profundidade.

O valor de mercado de Sued reside em sua posição única como um dos mais importantes coloristas abstratos do Brasil, ao lado de mestres como Volpi. Enquanto muitos se detêm na geometria rígida, Sued usa a abstração para expressar complexidade e emoção. Suas telas parecem simples à primeira vista, mas revelam um cálculo minucioso das tensões cromáticas e espaciais. A maneira como ele justapõe tons vibrantes com o uso expressivo do preto e do branco — muitas vezes tratando o preto como uma cor com profundidade e luz próprias — confere às suas obras uma identidade inconfundível e um diálogo imediato com a história da arte moderna.

Investir em uma peça de Eduardo Sued é adquirir um trabalho que é a própria materialização de um pensamento sobre a pintura. Suas obras são atemporais, resistindo a modismos por sua integridade formal e sua contínua capacidade de surpreender o olhar. Seja em suas colagens, gravuras ou nas monumentais pinturas a óleo, a maestria de Sued garante ao colecionador uma peça de herança intelectual e visual, essencial para qualquer acervo focado na excelência da abstração geométrica brasileira.

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